Educação do séc. XX, Matemática do séc. XIX #Breves


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     No mundo contemporâneo, seria bastante estranho um escritor comum aprender como se faz uma caneta, ao passo que também seria no mínimo interessante -- no entanto, é desnecessário. Seria também estranho que um marceneiro não aprendesse a manusear uma motosserra -- tão como seria estranho aprender a criar uma. Há aprendizagens que são, sem dúvida alguma, desnecessárias. Nesse mundo contemporâneo nos deparamos com a engenharia, que sim deve se atentar a como construir as coisas, as ferramentas, e tudo mais. Por outro lado, essa mesma engenharia não precisa se atentar a como usar melhor cada ferramenta, pois não é ela que usa em seu cotidiano. Para isso, as Universidades devem estimular algo essencial: Diálogo. O diálogo talvez seja a tecnologia mais antiga de nossa sociedade e a mais ignorada.
     Aonde quero chegar? Na educação matemática. Enquanto outras ciências abrem os braços para as novas tecnologias, a matemática persiste em seu conservadorismo com desculpas sem cabimento. Há professores que dizem que ignorar as TICs na matemática estimularia o "pensamento lógico-matemático"... mentira. O uso das TICs exigem o pensamento lógico-matemático. O estímulo do pensamento matemático em uma TIC pode tender a ser maior (isso é digno de pesquisa) do que sem as TICs, por uma razão simples, que é a contextualização da realidade. Os estudantes não usarão fórmula de Bhaskara no dia a dia. Usarão uma calculadora. E é de muito maior interesse aos estudantes, aprenderem a usar um objeto do seu cotidiano do que algo que nunca será usado. É de muito maior interesse e necessidade dos estudantes aprenderem a programar qualquer coisa do que decorarem fórmulas imensas. Um educador matemático proibir o uso de uma calculadora na matemática, em vez de ensinar a como usar, seria o mesmo que em uma situação onde todos alunos tivessem um microscópio o professor de biologia proibir de usá-lo. Ferramentas científicas não podem ser ignoradas.
     Precisamos rever a educação matemática, de modo que ela valorize as TICs, o diálogo entre as ciências, valorize o papel de cada ciência (engenheiro é engenheiro, matemático é matemático, administrador é administrador, educador é educador, mas todos se dialogam e valorizam a diversidade de conhecimento), valorize o que de fato é necessário para os estudantes em seus anseios, que estimule o pensamento matemático no contexto do aluno. Se não houver mudanças, os alunos continuarão a ver monstro na matemática: e têm razão, é monstruoso essa matemática que em vez de estimular raciocínio ele força os estudantes em decorar fórmulas que não precisam ser decoradas.

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