TDICs: Formas e Possibilidades (I)




Quando se fala em TDIC na educação, principalmente numa perspectiva uni e multidisciplinar, nos vem à mente conteúdos curriculares explícitos em determinada tecnologia. Só que, TDICs é bem mais abrangente que isso.
Elaborei um quadro com tipos de TDICs que podemos observar nas salas de aula, conforme mostrado a seguir:


Formas de uso
Papel da tecnologia no processo
A
Ensino na TDIC
Ferramenta de estudo
B
Ensino com TDIC
Ferramenta de estudo
C
Ensino da TDIC
Objeto estudado
D
TDIC para o ensino
Objeto estudado


Ensino na TDIC



Por (A), me refiro ao ensino incorporado na tecnologia. É nessa forma de uso das TDICs que o educador mais se sujeita a erros. Como dito no post “TDICs: Melhoria automática?”, o educador tende a utilizar a tecnologia como fosse um elemento “mágico” na educação, e não se preocupa com sua metodologia… a maneira mais fácil de inserir a tecnologia na sala de aula, é inserindo o ensino nela.
O exemplo mais comum de (A) é o uso do projetor. Nessa forma de uso, colocamos informações que queremos no recurso tecnológico, como uma ferramenta com função de auxiliar o processo de ensino-aprendizagem.

É ruim? Não. Um dos objetivos, por definição, das TDICs é justamente transmitir informação. Se é necessário expor informações aos estudantes, as tecnologias são ótimas para isso. Só devemos tomar cuidado em achar que usar a tecnologia como ferramenta é algo que produz a tal melhoria automática. É necessário desenvolver uma boa metodologia, de modo que o ensino que partiu do recurso seja de fato efetivo e afetivo. Colocar um conteúdo curricular dentro do recurso e se limitar aquilo, não vai passar de aula expositiva bancária, e não é isso que queremos. A exposição de informações, seja nas TDICs ou na louça, não é uma metodologia necessariamente ruim nem suficientemente boa.

Ensino com TDIC



Em (B), a tecnologia desempenha função de auxiliar no ensino mas o ensino não está na tecnologia. Um bom exemplo disso é o uso de computadores para fazer uma pesquisa, ou uma calculadora para fazer um cálculo.

Nessa forma de uso, o educador não precisa escolher um conteúdo e transcrever para o recurso, pois o recurso tecnológico não está ali para transmitir uma informação única exposta pelo educador. A partir de uma mesma tecnologia, na forma (B), pode-se ensinar diversos conteúdos sem ter de modificá-los. Por isso, os estudantes precisam ser bem orientados para que o objetivo das atividades seja minimamente alcançado.

Em (A) o mais importante era como o conteúdo seria transmitido da TDIC, em (B) o mais importante é como os estudantes são orientados. Em outras palavras, ensinar na TDIC requer atenção maior do educador antes da atividade, enquanto que ensinar com TDIC requer atenção maior do educador no processo de mediação durante a atividade.

Ensino da TDIC



Uma realidade que educadores nem sempre se atentam a perceber, é o conhecimento que os educandos têm sobre as TDICs. Não adianta usar TDIC na sala de aula se a maioria dos estudantes mal sabem como ligar o recurso tecnológico, seja ele qual for. Tendemos a pensar que “não estamos na sala de aula para isso”, mas se propomos usar tecnologia devemos assumir compromisso em auxiliar os estudantes em usar ela. Nisso entra a forma (C).

Em qualquer atividade que se use tecnologia, é aconselhável que se faça diagnósticos sobre o conhecimento que a turma tem no uso do recurso pensado. Se o recurso não é bem usado, deve-se ensinar sobre a TDIC durante a própria atividade da disciplina ou antes dela, em atividade à parte.

De qualquer modo, usando ou não as TDICs, temos que nos lembrar que ela está presente na sociedade. Ora ou outra, os estudantes terão que usar a tecnologia e precisam saber como se usa.

TDIC para o ensino



Na forma (D), características das formas A, B e C se juntam no processo de ensino. Observamos essa forma de uso das TDICs quando:

  • O estudante aprende a usar a tecnologia de modo que auxilie na construção de conhecimento;
  • Essa tecnologia não é modificada pelo educador;
  • Está presente na realidade do estudante;
  • O ensino está presente nela de modo contextualizado com a realidade do estudante.

Igual na forma (C), nessa forma a tecnologia não é uma simples ferramenta de estudo: Ela se torna o próprio objeto de estudo. Vemos isso quando o educador propõe métodos investigativos de ensino, e o investigado é um recurso tecnológico.

O exemplo mais comum que posso citar são os recursos audiovisuais com conteúdo contextualizado. Isso é diferente de, por exemplo, o educador escolher um vídeo informativo sobre algum assunto. Na forma (C) o conteúdo curricular não está explícito no recurso – assim como não está explícito no dia a dia do estudante. Se observa um ensino mais interdisciplinar. Podemos ver essa forma de uso também quando o educador introduz em sala de aula algum jogo virtual que os alunos já estão familiarizados e a partir daquele jogo ele media o ensino.

Vale lembrar que essa postagem é pessoal que não segue rigor científico.
Em outros posts, falarei mais dessas formas de uso da TDIC que acho interessante analisarmos.

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